quarta-feira, 24 de maio de 2017

Austenlândia - À procura de Mr. Darcy, de Shannon Hale



Autor: Shannon Hale
Titulo: Austenlândia - À procura de Mr. Darcy
Género: Romance
Editora: Editorial Presença
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“- Acho que eu não poderia explicar isso a um homem. Se fosse mulher, eu só precisaria de dizer. “– Colin Firth de camisa molhada” e dirias “Ah”.”

                                           Fala de Jane Hayes 
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Esta é a história de Jane Hayes, uma nova-iorquina de trinta e poucos anos, que à primeira vista não tem muita sorte no campo amoroso. Porém, ao olhar mais profundamente apercebemo-nos que um dos motivos para isso é a sua obsessão por Jane Austen, principalmente, por Orgulho e Preconceito e o seu Mr. Darcy.

Deste modo, quando Carolyn, a sua tia-avó rica e idosa, lhe deixa umas férias em testamento – nem mais nem menos que em Pembrook Park, Kent, Inglaterra – Jane não consegue conter a excitação; afinal, iria passar três semanas como hóspede no campo, como se estivesse em 1816.

Apesar das dúvidas iniciais, Jane decide ir nessa viagem, principalmente, com o objectivo de se esquecer de vez de Mr. Darcy, para assim seguir a sua vida e aceitar o facto de ficar solteira. Aliás seria feliz com isso.

Assim que chega a Pembrook Park, Jane é obrigada a desfazer-se de todos os seus aparelhos electrónicos- excepto do telemóvel, o qual ela contrabanda lá para dentro, - bem como decorar várias regras de comportamento de modo a usufruir plenamente da experiência.

Porém, durante esta experiência muita coisa acontece. Jane apercebe-se que afinal talvez não fosse aquilo que ela queria,que a ilusão de Mr. Darcy talvez não fosse bem o que Jane estava a espera, procurando assim um pouco de normalidade dentro de toda aquela fantasia - assim, ela começa a procurar Martin, o jardineiro da mansão, em segredo, uma vez que todo o contacto com os funcionários era proibido.

Deste modo, e depois de Martin se afastar da moça, ela começa realmente a interiorizar-se na experiência, aproximando-se assim de Mr. Nobley - um actor, contratado para tornar aquela experiência mais agradável, o qual faz uma interpretação muito realista de Mr. Darcy.

Com personagens “ricas”, esta é uma obra que retrata a obsessão de uma jovem por Jane Austen, onde nada nem ninguém é o que parece, onde aqueles que à primeira vista nos parecem reais não o são, e em que estes conseguem ter histórias profundas, que não eram esperadas pelo leitor.

É no final desta experiência que Jane fica, finalmente, pronta para esquecer o famoso Mr. Darcy, levando consigo um novo amor. Porém, quem será? Mr. Nobley, o seu Mr. Darcy fictício, ou Martin, o jardineiro da mansão?

domingo, 21 de maio de 2017

Pequenas Mentirosas ( Pretty Little Liars), de Sara Sherpard



Baseada na série de livros “Pretty Little Liars”, de Sara Shepard
Género: Drama, Mistério, Romance Policial, Suspense
Criadores: I. Marlene King
IMDB: 7.6/ 10
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"Ainda estou aqui vadias, e eu sei tudo!"
                                                            - A
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PARTE I - Opinião

Comecei a ver Pretty Little Liars (Pequenas Mentirosas na versão portuguesa) a meio da 1ª temporada.

Estava à procura de uma nova série para ver e, como gosto de livros e séries de crime/mistério/thriller, o desaparecimento de uma rapariga "Allison" pareceu algo simplesmente irresistível.

Vi metade da série a que não tinha assistido de uma assentada, comecei a acompanhá-la e fiquei viciada de imediato. Já mencionei anteriormente que gosto bastante de psicologia, por isso fiquei curiosa sobre A, o antagonista, libertando a detetive que há em mim e tentando “ler” as personagens, a fim de procurar por pistas que me levassem ao culpado e quais os motivos que o levaram a torturar estas raparigas.

Fiquei bastante satisfeita com a revelação do primeiro A (em parte porque as minhas desconfianças sobre quem eram estavam corretas), e, para mim, o ator que deu vida à personagem fez um bom papel.

Posto isto, as primeiras temporadas são, na minha opinião, bastante satisfatórias e valem a pena assistir. O meu problema é com a continuação da série. Estamos agora na 7ª e última temporada (6ª se assistirem no AXN White) e, para mim, os autores da série desleixaram-se, uma vez que se começaram a focar mais nas relações dos personagens em detrimento do mistério – o ponto focal da série – quase que a tornando numa espécie de novela.

A revelação do segundo A foi, para mim, uma deceção. A partir daí desisti de criar teorias e de tentar conectar os pontos a fim de descobrir quem era o culpado, apenas e só porque existem tantas pontas soltas e pistas falsas que se torna quase impossível fazê-lo. Estamos a 5 episódios do final da série e eu, sinceramente, não sei como irão explicar tudo aquilo para o qual não temos ainda resposta.

Tudo isto chega a dar-me cabo dos nervos, porque os criadores e autores poderiam fazer algo brilhante com esta série. Acho que seria bastante interessante se tivessem revelado a identidade de A mais cedo para a audiência, para que pudéssemos ver a personagem em ação “behind the scenes” – os seus motivos, a forma como trabalha, como sabe tanto sobre as raparigas e como é capaz de seguir todos os seus passos a todo o momento.

Apesar de tudo isto, ainda mantenho fé de que consigam fazer algo espetacular para a revelação do último A – sonhar não custa… - e que explicam todas as pontas soltas que deixaram para trás.

P.S.: Uma vez que a série está a chegar ao fim e que esta semana não houve nenhum episódio de PLL, decidimos fazer um especial “Pretty Little Liars”. Iremos fazer alguns posts sobre as diferenças entre a série televisiva e os livros, por isso, caso estejam interessados, não deixem de visitar o blog.













quinta-feira, 11 de maio de 2017

Em parte incerta, de Gillian Flynn





Autor: Gillian Flynn
Titulo: Em parte incerta
Género: Mistério, suspense
Editora:Bertrand Editora
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"As pessoas querem acreditar que conhecem outras pessoas. Os pais querem acreditar que conhecem os filhos. As mulheres querem acreditar que conhecem os maridos"
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ATENÇÂO: CONTÉM SPOILERS

“Dividido” em duas partes, “Em Parte Incerta” conta-nos a história de Nick e Amy Dunn, um casal que, após se virem a braços com o desemprego, se vê forçado a mudar-se de Nova Iorque para o Missouri, afim de ajudar a tratar da mãe de Nick, que adoece.

A primeira parte da história começa no dia do quinto aniversário de casamento de Nick e Amy.
Quando Nick chega a casa, depara-se com uma triste surpresa: porta aberta, sala de estar destruída e nem um sinal de Amy. Depressa a polícia começa a desconfiar de Nick, que, para além de demonstrar um forte desapego emocional pelo desaparecimento da esposa e de ser apanhado em diversas pequenas mentiras, tem contra si o facto de Amy ter deixado um diário onde relata acontecimentos pouco abonatórios que envolvem o marido.
É neste ponto que começamos a ver a história por dois pontos de vista diferentes: o presente, por Nick, e o passado, por Amy.

É na segunda parte da obra que começamos a deslindar o véu à obra.
O que será que aconteceu verdadeiramente a Amy?Qual será o envolvimento de Nick?

Apercebemo-nos que nenhum dos dois poderão ser considerados narradores fidedignos, sendo que na parte inicial da história apenas nos contam o suficiente para “ficar bem na fotografia”, deturpando pontos importantes para o deslindar do caso.

Descobrimos que Amy é uma mulher fria, calculista, manipuladora, vingativa e possuidora de uma mente assustadoramente brilhante. Já Nick é um cliché de uma história como tantas outras: um marido nada fiel que se veste, na minha opinião, com uma pele de cordeiro, tentando esconder ao máximo as “facadas” que dava no seu casamento.

Amante da mente humana como sou, esta foi uma obra que me cativou desde o primeiro instante. Dei por mim acordada uma noite inteira a lê-lo, sem sequer me aperceber do passar do tempo.
Um livro absolutamente fascinante para os amantes de thrillers, com uma leitura fácil e viciante.