quarta-feira, 26 de abril de 2017

Tenho o teu número, de Sophie Kinsella




Autor: Sophie Kinsela
Titulo: Tenho o teu número
Género: Comédia; Romance
Editora: Quinta Essência

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"Há alguns momentos na vida para os quais o gelado de chocolate branco Magnum foi inventado e este é um deles."
                                                            pensamento de Poppy Wyatt 
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E se o acontecimento de algo horrível, que parecia o fim do mundo, se transformasse em algo pelo qual sempre se esperou? É isso que acontece com Poppy Wyatt. 

Prestes a casar-se com o “homem perfeito”, Poppy considerava-se a pessoa mais sortuda do mundo, até que, numa bela tarde, perde o seu anel de noivado – com a agravante dele estar na família do noivo há três gerações. Desastre total!

Como se não bastasse enquanto procura o seu anel no hotel onde o perdera, roubam-lhe o telemóvel. Asério, sempre ouvi dizer que uma desgraça nunca vem só ....

Neste momento que acontece algo inesperado: encontra um telefone novinho no caixote do lixo, e como o achado não é roubado, decide fazer daquele telemóvel seu, dando o "seu novo número" ao hotel para o caso de encontrarem o seu anel.

Tudo corre bem ( ou mal visto que o dia ia de mal a piora), até que o telefone toca, e é o patrão da pessoa que se livrou do telemóvel, Sam, que além de estar atrasado para algo aparentemente importante, ainda tem um humor horrível. Apesar disto, Poppy ajuda-o a chegar à tempo a sua reunião, desaparecendo de seguida.

E é assim que começa uma amizade bem improvável, pois quando consegue negociar com Sam de modo a ficar com o telemóvel, para ter noticias do seu anel, começam a entrar em contacto constante.

Ela vai-lhe passando os seus e-mails e ajuda-o a ser mais compreensivo relativamente aos outros, enquanto que ele, a ajuda a esconder a perda do anel, tanto tempo quanto possível.
É assim, que a jovem começa a pôr em dúvida o seu casamento, bem como os verdadeiros sentimentos do seu noivo.

Uma obra muito engraçada, que nos leva a querer que tudo acontece por um motivo, mesmo que na altura estejamos prestes a ter um colapso nervoso. 

Uma maneira de alegrar o nosso dia depois de um dia cansativo, uma obra que nos faz rir e sorrir, que nos leva a pensar que mesmo quando tudo está perdido, podemos sempre dar a volta à situação.

quarta-feira, 19 de abril de 2017

A Rainha Vermelha, de Philippa Gregory







Autor: Philippa Gregory
Titulo: A rainha vermelha
Género: Romance, História
Editora: civilização editora

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"...as pessoas comuns apenas vêem fraqueza onde há grandeza de espírito."
 pensamento, de Margaret Beaufort
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Lembro-me de ter descoberto Philippa Gregory enquanto via um blog no canal de Youtube de uma conhecida “beauty guru”. Confesso que inicialmente fiquei um pouco cética, por não me identificar particularmente com os seus gostos literários.

Porém, terei que confessar que o “bichinho” por Philippa Gregory ficou na minha memória. Quem me conhece sabe que tenho um encanto pelo Reino Unido e que sempre gostei bastante de história, por isso esta autora pareceu-me interessante o suficiente para arriscar um dos seus livros.

Em “A Rainha Vermelha” conhecemos, embora de forma romanceada, a história de Margaret Beaufort, Condessa de Richmond e Derby e mãe de Henry VII, o 36º Rei de Inglaterra.

A autora conta-nos, ao longo de 402 páginas, 32 anos da vida da herdeira da Casa de Lancaster, uma católica fervorosa com ambições de santidade e com o enorme peso de perpetuar a existência da Casa a que pertencia. Assim, foi obrigada a casar-se cedo, tudo com o fim máximo de perpetuar a sua linhagem e colocar um entrave nas ambições da Casa de York.

Mergulhamos na Inglaterra do século XV e na tão conhecida Guerra das Rosas (a vermelha de Lancaster e a branca de York) que deu origem à dinastia Tudor. Ficamos a conhecer Margaret, uma mulher que não olha a meios para atingir os seus fins e que justifica todas as suas - duvidosas e por vezes cruéis - ações como sendo vontade de Deus, demonstrando ,assim, ser uma mulher muito mais fria, presunçosa, ambiciosa e calculista do que inicialmente previa.
                                                                                                        
Um livro de leitura fácil (li-o em 2 dias), que nos descreve uma parte do percurso histórico inglês sem o peso, por vezes maçador, de “estudar” história. 



segunda-feira, 17 de abril de 2017

O Diário de Anne Frank




Autor: Anne Frank
Titulo: O diário de Anne Frank
Género: Biografia, Drama
Editora: Livros do Brasil

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" As pessoas podem mandar-te manter a boca fechada, mas isso não te impede de teres a tua própria opinião."                                                               pensamento de, Anne Frank
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Um diário escrito por uma criança de 13 anos que, devido à perseguição Nazi, decorrida na durante a segunda guerra mundial, teve de crescer demasiado rápido. Era no seu diário que Anne Frank mantinha os seus pensamentos e desejos, e foi através dele que nos apercebemos o quanto ela cresceu em apenas 2 anos.

Inicialmente Anne começa por descrever as actividades de todos no anexo, bem como a vinda de um ocupante que não era previsto, afinal se pudessem salvar mais alguém, era bom. Para o fim do diário, começa a escrever também sobre a guerra que está eminente, e sobre o desespero que sente por estar a demorar tanto. No meio de bombas a rebentar, e metralhadores bem perto de si, esta descreve também o medo que sente, e como acaba por se habituar à situação, aprende a controla-lo melhor.

É inacreditável a crueldade que alguns seres conseguem praticar contra pessoas, apenas por pensarem diferente deles. Porém, desde o momento em que Otto (pai de Anne) leva a família para o esconderijo, perto do seu escritório - nesta altura a menina tinha 13 anos, vê-mos que apesar de hitler e da sua maldade, existem também pessoas boas que os ajudam apesar das possíveis repercussões que podem sofrer se forem apanhados. Anne, diz mesmo que caso os seus ajudantes forem apanhados, sofrem o mesmo destino que eles, o que segundo a minha perspectiva torna o acto destes, algo realmente significativo.

No decorrer da sua escrita vemos também o esforço dos 8 ocupantes do anexo para se manterem com uma postura positiva perante o que acontece lá fora bem como a culpa que Anne sente por se sentir em baixo e presa, quando muitos judeus (provavelmente todos os seus amigos da escola) já foram levados por hitler para um destino realmente horrível.

Apesar dos seus esforços em permanecer escondidos, os oito ocupantes do anexo acabam por ser apanhados, junto com dois dos seus ajudantes, na manhã de 4 de Agosto de 1944, embora não se saiba se por denuncia ou não. Sendo assim levados para campos de concentração.

O único sobrevivente foi Otto, pai de Anne, que recebeu o diário desta por  Miep Gies ( uma das ajudantes que não foi apanhada), podendo assim dedicar-se a partilhar o que passaram com o mundo.

domingo, 16 de abril de 2017

Por treze razões, baseado na obra de Jay Asher



Criador: Brian Yorkey
Género: Drama, Mistério
Elenco Principal: Dylan Minnette ( Clay Jensen) e katherine Langford ( Hanna )
IMDb: 9,0/10

Para além dos livros, os meus tempos livres são também ocupados por séries, documentários e filmes.
Já tinha visto pela net várias postagens que mencionavam “13 Reasons Why”, uma série baseada no livro homónimo (editado no ano de 2007 e tendo como autor Jay Asher) e adaptada por Brian Yorkey para a Netflix.

Desta forma, descobrimos a história de Hannah Baker (Katherine Langford), uma jovem estudante de secundário que um dia, sem que nada – aparentemente – o fizesse prever, decide acabar com a própria vida. Podia ser mais uma história como tantas outras, não fosse o facto de Hannah decidir fugir do comum e decidir “despedir-se” através de 7 cassetes, com 13 razões para a sua decisão, cada uma correspondente a 13 pessoas que marcaram os últimos meses da sua vida.

A história começa com Clay Jensen (Dylan Minnette) a receber uma caixa à porta de sua casa, contendo as 7 cassetes gravadas por Hannah pouco antes de morrer. Esta deixa instruções claras: devem ouvi-las por ordem e passá-las a quem vos suceder na cronologia da sua história, caso contrário irão sofrer consequências.
Sem saber quando irá aparecer o motivo pelo qual causou a morte da amiga, Clay embrenha-se no que Hannah vai narrando, passando a história a ser contada numa dualidade de ambas as personagens.

É muito fácil viciarmos-nos na história (vi os 13 episódios em dois dias). Estamos perante uma daquelas situações em que só quem as passou sabe o que custa. A solidão, o desamparo, a dor terrível e excruciante que dá cabo de cada fibra do nosso ser.

Houve episódios que me custaram imenso ver pela forte carga emocional que acarretam. Há 3 que me marcaram particularmente, não só por serem bastante gráficos mas também pelos sentimentos tão opostos demonstrados pelas personagens envolvidas, num misto frieza/vazio/desespero.

Esta série é um chamado “abre – olhos”. Nunca percebemos realmente até que ponto as nossas ações influenciam, positiva ou negativamente, a vida de outrem; muito dificilmente nos conseguimos colocar completamente no lugar de outra pessoa e perceber a sua dor.

Apesar de algumas críticas que “13 Reasons Why” tem recebido devido aos temas delicados dos quais trata, penso que poderá ser vista como um enriquecedor processo de aprendizagem. Quantas vidas poderemos salvar se olharmos à nossa volta? Quantas dores poderemos apaziguar se, por vezes, tivermos um ato de carinho ou amizade que para nós poderá parecer banal?




terça-feira, 11 de abril de 2017

O Diário de Mr. Darcy, de Amanda Grange


Autor: Amanda Grange
Titulo: O diário de Mr. Darcy
Género: Romance, Ficção
Editora: sourcebooks landmark

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 "Conversar com Elizabeth não se compara a uma conversa com outrem. Não é um 'lugar comum', mas sim um estimulante exercício para a mente"                                                                                                                                                                                                                    Pensamento de, Mr. Darcy
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Amanda Grange, veio dar ao Mr. Darcy a sua oportunidade de se pronunciar. No decorrer da leitura de Orgulho e Preconceito, de Jane Austen, muitas foram as vezes em que nos perguntamos o que estaria a passar pela cabeça de Mr. Darcy. Seria ele realmente tão superficial? tão orgulhoso? o que acharia ele realmente de Isabel Bennet?

O Diário de Mr. Darcy veio dar-nos essa resposta. Com uma escrita cuidada, a autora teve a atenção de se adaptar à época em questão, e manter as mesmas criticas que Jane Austen fez outrora. Deste modo, e talvez devido ao facto da personalidade de Darcy ser mais contida expressou-se apenas no seu diário, mantendo a mesma cortesia de Jane nos diálogos entre o jovem e os outros personagens da obra.

Assim, fomos conhecendo o coração de Mr. Darcy, os seus pensamentos relativamente à sociedade, a sua luta relativamente à sua relação com Isabel Bennet, e o quanto a sua família e falta de meios contribuiu para que este se mantivesse à distância. 

É através desta obra, que vemos a alteração dos seu sentimentos, o seu orgulho, o desprezo inicial pela família da jovem Isabel e como com o tempo ele se apercebe que tudo o que pensava ser um impedimento para manter uma relação com a jovem não é nada comparativamente ao amor que sente por ela.

Um sentimento, que em conjunto com a recusa de Isabel a casar com ele, e a sua óbvia falta de interesse por Mr. Darcy, o leva a questionar os seus modos e a sua altivez. É deste modo, que o vemos começar a por em causa tudo o que fez anteriormente. Apercebendo-se que tinha errado realmente, e começando a alterar a sua conduta com a jovem, alterando assim por dentro.

Ao encontrarem-se novamente em Pemberley, Mr. Darcy agradece ao destino a sua sorte, porém, a sua esperança de conseguir conquistar a jovem é muito pouca. Mesmo assim, ele vê esse encontro como uma oportunidade de lhe demonstrar a sua verdadeira natureza, o que, apesar de todos os dilemas que o futuro lhes reserva, acaba por se tornar a melhor decisão da sua vida.

Esta obra permite-nos, ver um pouco da sua vida enquanto casados, bem como ver a formação de outro casal, que para mim foi uma surpresa. Embora para a época tivesse a sua lógica.

Um livro inspirador, onde nos apercebemos que a calma que Mr. Darcy demonstrava, era na verdade um esforço para conseguir esconder, o turbilhão de emoções que sentia, disfarçando assim o Orgulho com regras de etiqueta, e classes.

Tive pena de ter de ler o livro em inglês, pois ainda não saiu em Português de Portugal. Porque apesar da linguagem se adaptar muito bem à época em questão, dificultou-me um bocadinho a leitura, tendo de recorrer algumas vezes ao dicionário. Mas apesar disso foi uma óptima leitura.

domingo, 9 de abril de 2017

Orgulho e Preconceito, de Jane Austen



Autor: Jane Austen
Titulo: Orgulho e Preconceito
Género: Romance de época
Editora: Livraria Civilização Editora
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"Verdade universalmente conhecida é a de que um homem solteiro, na posse de chorudos haveres, necessita deveras duma esposa."
                                                                                                                  de, Jane Austen 
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Tendo "First Impressions" como nome original, " Orgulho e Preconceito" teve o seu lançamento oficial em 1813, após ter sido recusado por editores em 1797.

Jane Austen, sendo uma escritora bem avançada para a sua época, bem como crítica no que diz respeito à sociedade, nesta obra veio criticar/avaliar não apenas os casamentos arranjados com base no dinheiro, mas também a distinção marcante entre homens e mulheres na época. 

Nesta obra, a autora apresenta-nos realidades diferentes. As famílias mais abastardas, onde fazem parte Bingley e Darcy; e as famílias consideradas de um status social inferior, os Bennet e vizinhos.

A história principal gira em torno de Elizabeth Bennet e Fitzwilliam Darcy. Lizzie, como é carinhosamente apelidada, é descrita como uma jovem muito critica, irónica e de certa forma acaba por demonstrar algum preconceito relativamente a Darcy, enquanto que este é muito orgulhoso de si mesmo e arrogante.

Orgulho e Preconceito, é contado pelo ponto de vista de Elizabeth, que tem a sua própria forma de lidar com os problemas relacionados à educação, sociedade, cultura, moral e o casamento, regra geral, brincando com o assunto. 

Quando Mr. Bingley, se decide mudar para Netherfield Park, a casa dos Bennet fica um alvoroço, pois Mrs. Bennet parte do princípio - tal como qualquer mulher da época - que este, sendo bem sucedido, deve estar à procura de esposa. Sendo Bingley considerado um jovem abastado e de boas famílias, Mrs Bennet, cuja maior preocupação é arranjar bons casamentos às suas filhas, decide apresenta-las ao jovem.

Mr. Bingley demonstra-se um cavalheiro, bem-educado e divertido e acaba por demonstrar uma inclinação especial por Jane, irmã mais velha de Isabel. Apesar das interrupções desastrosas da Srª. Bennet, e as três irmãs mais novas, Bingley e Jane vão-se entendendo.
A acompanhá-lo, Bingley trouxe as suas duas irmãs, Caroline Bingley e Louisa Hurst, o seu cunhado, Mr Hurst, e o amigo Fitzwilliam Darcy, o outro grande foco da história.

Darcy é considerado um homem imponente, de “nariz empinado” e orgulhoso, criando uma imediata – e mútua – animosidade com Elizabeth. O sentimento só piora com a chegada de George Wickham, um jovem que conhece Fitzwilliam desde a infância e que não tem pudores em revelar os seus sentimentos pouco favoráveis em relação a este.
Pelo caminho, Jane vai conquistando corações, acabando por sofrer uma desilusão Já Lydia, a mais nova das Bennet, comete um erro, considerado crasso na época.

Apercebemos-nos, deste modo, que nem tudo é o que parece, pois há personagens que nos desiludem, sendo compensadas pelo bom coração que outras demonstram ter.

Com um enredo cheio de aventuras - e desventuras -, é fácil percebermos o ponto de vista crítico de Austen.

Confesso que o livro me deixou a pensar: Quantas vezes não julgamos as pessoas à primeira vista (e quantas vezes, não nos apercebemos que estávamos errados em relação às mesmas)? Quantas vezes «não julgamos gato por lebre» e acabamos “apunhalados”?

Uma obra, que faz suspirar qualquer coração, além de nos apresentar os problemas que as pessoas se deparavam na altura, relativamente ao status. Foi o primeiro contacto que tive com Jane Austen e de certeza não será o último.