quarta-feira, 24 de maio de 2017

Austenlândia - À procura de Mr. Darcy, de Shannon Hale



Autor: Shannon Hale
Titulo: Austenlândia - À procura de Mr. Darcy
Género: Romance
Editora: Editorial Presença
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“- Acho que eu não poderia explicar isso a um homem. Se fosse mulher, eu só precisaria de dizer. “– Colin Firth de camisa molhada” e dirias “Ah”.”

                                           Fala de Jane Hayes 
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Esta é a história de Jane Hayes, uma nova-iorquina de trinta e poucos anos, que à primeira vista não tem muita sorte no campo amoroso. Porém, ao olhar mais profundamente apercebemo-nos que um dos motivos para isso é a sua obsessão por Jane Austen, principalmente, por Orgulho e Preconceito e o seu Mr. Darcy.

Deste modo, quando Carolyn, a sua tia-avó rica e idosa, lhe deixa umas férias em testamento – nem mais nem menos que em Pembrook Park, Kent, Inglaterra – Jane não consegue conter a excitação; afinal, iria passar três semanas como hóspede no campo, como se estivesse em 1816.

Apesar das dúvidas iniciais, Jane decide ir nessa viagem, principalmente, com o objectivo de se esquecer de vez de Mr. Darcy, para assim seguir a sua vida e aceitar o facto de ficar solteira. Aliás seria feliz com isso.

Assim que chega a Pembrook Park, Jane é obrigada a desfazer-se de todos os seus aparelhos electrónicos- excepto do telemóvel, o qual ela contrabanda lá para dentro, - bem como decorar várias regras de comportamento de modo a usufruir plenamente da experiência.

Porém, durante esta experiência muita coisa acontece. Jane apercebe-se que afinal talvez não fosse aquilo que ela queria,que a ilusão de Mr. Darcy talvez não fosse bem o que Jane estava a espera, procurando assim um pouco de normalidade dentro de toda aquela fantasia - assim, ela começa a procurar Martin, o jardineiro da mansão, em segredo, uma vez que todo o contacto com os funcionários era proibido.

Deste modo, e depois de Martin se afastar da moça, ela começa realmente a interiorizar-se na experiência, aproximando-se assim de Mr. Nobley - um actor, contratado para tornar aquela experiência mais agradável, o qual faz uma interpretação muito realista de Mr. Darcy.

Com personagens “ricas”, esta é uma obra que retrata a obsessão de uma jovem por Jane Austen, onde nada nem ninguém é o que parece, onde aqueles que à primeira vista nos parecem reais não o são, e em que estes conseguem ter histórias profundas, que não eram esperadas pelo leitor.

É no final desta experiência que Jane fica, finalmente, pronta para esquecer o famoso Mr. Darcy, levando consigo um novo amor. Porém, quem será? Mr. Nobley, o seu Mr. Darcy fictício, ou Martin, o jardineiro da mansão?

domingo, 21 de maio de 2017

Pequenas Mentirosas ( Pretty Little Liars), de Sara Sherpard



Baseada na série de livros “Pretty Little Liars”, de Sara Shepard
Género: Drama, Mistério, Romance Policial, Suspense
Criadores: I. Marlene King
IMDB: 7.6/ 10
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"Ainda estou aqui vadias, e eu sei tudo!"
                                                            - A
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PARTE I - Opinião

Comecei a ver Pretty Little Liars (Pequenas Mentirosas na versão portuguesa) a meio da 1ª temporada.

Estava à procura de uma nova série para ver e, como gosto de livros e séries de crime/mistério/thriller, o desaparecimento de uma rapariga "Allison" pareceu algo simplesmente irresistível.

Vi metade da série a que não tinha assistido de uma assentada, comecei a acompanhá-la e fiquei viciada de imediato. Já mencionei anteriormente que gosto bastante de psicologia, por isso fiquei curiosa sobre A, o antagonista, libertando a detetive que há em mim e tentando “ler” as personagens, a fim de procurar por pistas que me levassem ao culpado e quais os motivos que o levaram a torturar estas raparigas.

Fiquei bastante satisfeita com a revelação do primeiro A (em parte porque as minhas desconfianças sobre quem eram estavam corretas), e, para mim, o ator que deu vida à personagem fez um bom papel.

Posto isto, as primeiras temporadas são, na minha opinião, bastante satisfatórias e valem a pena assistir. O meu problema é com a continuação da série. Estamos agora na 7ª e última temporada (6ª se assistirem no AXN White) e, para mim, os autores da série desleixaram-se, uma vez que se começaram a focar mais nas relações dos personagens em detrimento do mistério – o ponto focal da série – quase que a tornando numa espécie de novela.

A revelação do segundo A foi, para mim, uma deceção. A partir daí desisti de criar teorias e de tentar conectar os pontos a fim de descobrir quem era o culpado, apenas e só porque existem tantas pontas soltas e pistas falsas que se torna quase impossível fazê-lo. Estamos a 5 episódios do final da série e eu, sinceramente, não sei como irão explicar tudo aquilo para o qual não temos ainda resposta.

Tudo isto chega a dar-me cabo dos nervos, porque os criadores e autores poderiam fazer algo brilhante com esta série. Acho que seria bastante interessante se tivessem revelado a identidade de A mais cedo para a audiência, para que pudéssemos ver a personagem em ação “behind the scenes” – os seus motivos, a forma como trabalha, como sabe tanto sobre as raparigas e como é capaz de seguir todos os seus passos a todo o momento.

Apesar de tudo isto, ainda mantenho fé de que consigam fazer algo espetacular para a revelação do último A – sonhar não custa… - e que explicam todas as pontas soltas que deixaram para trás.

P.S.: Uma vez que a série está a chegar ao fim e que esta semana não houve nenhum episódio de PLL, decidimos fazer um especial “Pretty Little Liars”. Iremos fazer alguns posts sobre as diferenças entre a série televisiva e os livros, por isso, caso estejam interessados, não deixem de visitar o blog.













quinta-feira, 11 de maio de 2017

Em parte incerta, de Gillian Flynn





Autor: Gillian Flynn
Titulo: Em parte incerta
Género: Mistério, suspense
Editora:Bertrand Editora
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"As pessoas querem acreditar que conhecem outras pessoas. Os pais querem acreditar que conhecem os filhos. As mulheres querem acreditar que conhecem os maridos"
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ATENÇÂO: CONTÉM SPOILERS

“Dividido” em duas partes, “Em Parte Incerta” conta-nos a história de Nick e Amy Dunn, um casal que, após se virem a braços com o desemprego, se vê forçado a mudar-se de Nova Iorque para o Missouri, afim de ajudar a tratar da mãe de Nick, que adoece.

A primeira parte da história começa no dia do quinto aniversário de casamento de Nick e Amy.
Quando Nick chega a casa, depara-se com uma triste surpresa: porta aberta, sala de estar destruída e nem um sinal de Amy. Depressa a polícia começa a desconfiar de Nick, que, para além de demonstrar um forte desapego emocional pelo desaparecimento da esposa e de ser apanhado em diversas pequenas mentiras, tem contra si o facto de Amy ter deixado um diário onde relata acontecimentos pouco abonatórios que envolvem o marido.
É neste ponto que começamos a ver a história por dois pontos de vista diferentes: o presente, por Nick, e o passado, por Amy.

É na segunda parte da obra que começamos a deslindar o véu à obra.
O que será que aconteceu verdadeiramente a Amy?Qual será o envolvimento de Nick?

Apercebemo-nos que nenhum dos dois poderão ser considerados narradores fidedignos, sendo que na parte inicial da história apenas nos contam o suficiente para “ficar bem na fotografia”, deturpando pontos importantes para o deslindar do caso.

Descobrimos que Amy é uma mulher fria, calculista, manipuladora, vingativa e possuidora de uma mente assustadoramente brilhante. Já Nick é um cliché de uma história como tantas outras: um marido nada fiel que se veste, na minha opinião, com uma pele de cordeiro, tentando esconder ao máximo as “facadas” que dava no seu casamento.

Amante da mente humana como sou, esta foi uma obra que me cativou desde o primeiro instante. Dei por mim acordada uma noite inteira a lê-lo, sem sequer me aperceber do passar do tempo.
Um livro absolutamente fascinante para os amantes de thrillers, com uma leitura fácil e viciante.

quarta-feira, 26 de abril de 2017

Tenho o teu número, de Sophie Kinsella




Autor: Sophie Kinsela
Titulo: Tenho o teu número
Género: Comédia; Romance
Editora: Quinta Essência

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"Há alguns momentos na vida para os quais o gelado de chocolate branco Magnum foi inventado e este é um deles."
                                                            pensamento de Poppy Wyatt 
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E se o acontecimento de algo horrível, que parecia o fim do mundo, se transformasse em algo pelo qual sempre se esperou? É isso que acontece com Poppy Wyatt. 

Prestes a casar-se com o “homem perfeito”, Poppy considerava-se a pessoa mais sortuda do mundo, até que, numa bela tarde, perde o seu anel de noivado – com a agravante dele estar na família do noivo há três gerações. Desastre total!

Como se não bastasse enquanto procura o seu anel no hotel onde o perdera, roubam-lhe o telemóvel. Asério, sempre ouvi dizer que uma desgraça nunca vem só ....

Neste momento que acontece algo inesperado: encontra um telefone novinho no caixote do lixo, e como o achado não é roubado, decide fazer daquele telemóvel seu, dando o "seu novo número" ao hotel para o caso de encontrarem o seu anel.

Tudo corre bem ( ou mal visto que o dia ia de mal a piora), até que o telefone toca, e é o patrão da pessoa que se livrou do telemóvel, Sam, que além de estar atrasado para algo aparentemente importante, ainda tem um humor horrível. Apesar disto, Poppy ajuda-o a chegar à tempo a sua reunião, desaparecendo de seguida.

E é assim que começa uma amizade bem improvável, pois quando consegue negociar com Sam de modo a ficar com o telemóvel, para ter noticias do seu anel, começam a entrar em contacto constante.

Ela vai-lhe passando os seus e-mails e ajuda-o a ser mais compreensivo relativamente aos outros, enquanto que ele, a ajuda a esconder a perda do anel, tanto tempo quanto possível.
É assim, que a jovem começa a pôr em dúvida o seu casamento, bem como os verdadeiros sentimentos do seu noivo.

Uma obra muito engraçada, que nos leva a querer que tudo acontece por um motivo, mesmo que na altura estejamos prestes a ter um colapso nervoso. 

Uma maneira de alegrar o nosso dia depois de um dia cansativo, uma obra que nos faz rir e sorrir, que nos leva a pensar que mesmo quando tudo está perdido, podemos sempre dar a volta à situação.

quarta-feira, 19 de abril de 2017

A Rainha Vermelha, de Philippa Gregory







Autor: Philippa Gregory
Titulo: A rainha vermelha
Género: Romance, História
Editora: civilização editora

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"...as pessoas comuns apenas vêem fraqueza onde há grandeza de espírito."
 pensamento, de Margaret Beaufort
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Lembro-me de ter descoberto Philippa Gregory enquanto via um blog no canal de Youtube de uma conhecida “beauty guru”. Confesso que inicialmente fiquei um pouco cética, por não me identificar particularmente com os seus gostos literários.

Porém, terei que confessar que o “bichinho” por Philippa Gregory ficou na minha memória. Quem me conhece sabe que tenho um encanto pelo Reino Unido e que sempre gostei bastante de história, por isso esta autora pareceu-me interessante o suficiente para arriscar um dos seus livros.

Em “A Rainha Vermelha” conhecemos, embora de forma romanceada, a história de Margaret Beaufort, Condessa de Richmond e Derby e mãe de Henry VII, o 36º Rei de Inglaterra.

A autora conta-nos, ao longo de 402 páginas, 32 anos da vida da herdeira da Casa de Lancaster, uma católica fervorosa com ambições de santidade e com o enorme peso de perpetuar a existência da Casa a que pertencia. Assim, foi obrigada a casar-se cedo, tudo com o fim máximo de perpetuar a sua linhagem e colocar um entrave nas ambições da Casa de York.

Mergulhamos na Inglaterra do século XV e na tão conhecida Guerra das Rosas (a vermelha de Lancaster e a branca de York) que deu origem à dinastia Tudor. Ficamos a conhecer Margaret, uma mulher que não olha a meios para atingir os seus fins e que justifica todas as suas - duvidosas e por vezes cruéis - ações como sendo vontade de Deus, demonstrando ,assim, ser uma mulher muito mais fria, presunçosa, ambiciosa e calculista do que inicialmente previa.
                                                                                                        
Um livro de leitura fácil (li-o em 2 dias), que nos descreve uma parte do percurso histórico inglês sem o peso, por vezes maçador, de “estudar” história. 



segunda-feira, 17 de abril de 2017

O Diário de Anne Frank




Autor: Anne Frank
Titulo: O diário de Anne Frank
Género: Biografia, Drama
Editora: Livros do Brasil

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" As pessoas podem mandar-te manter a boca fechada, mas isso não te impede de teres a tua própria opinião."                                                               pensamento de, Anne Frank
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Um diário escrito por uma criança de 13 anos que, devido à perseguição Nazi, decorrida na durante a segunda guerra mundial, teve de crescer demasiado rápido. Era no seu diário que Anne Frank mantinha os seus pensamentos e desejos, e foi através dele que nos apercebemos o quanto ela cresceu em apenas 2 anos.

Inicialmente Anne começa por descrever as actividades de todos no anexo, bem como a vinda de um ocupante que não era previsto, afinal se pudessem salvar mais alguém, era bom. Para o fim do diário, começa a escrever também sobre a guerra que está eminente, e sobre o desespero que sente por estar a demorar tanto. No meio de bombas a rebentar, e metralhadores bem perto de si, esta descreve também o medo que sente, e como acaba por se habituar à situação, aprende a controla-lo melhor.

É inacreditável a crueldade que alguns seres conseguem praticar contra pessoas, apenas por pensarem diferente deles. Porém, desde o momento em que Otto (pai de Anne) leva a família para o esconderijo, perto do seu escritório - nesta altura a menina tinha 13 anos, vê-mos que apesar de hitler e da sua maldade, existem também pessoas boas que os ajudam apesar das possíveis repercussões que podem sofrer se forem apanhados. Anne, diz mesmo que caso os seus ajudantes forem apanhados, sofrem o mesmo destino que eles, o que segundo a minha perspectiva torna o acto destes, algo realmente significativo.

No decorrer da sua escrita vemos também o esforço dos 8 ocupantes do anexo para se manterem com uma postura positiva perante o que acontece lá fora bem como a culpa que Anne sente por se sentir em baixo e presa, quando muitos judeus (provavelmente todos os seus amigos da escola) já foram levados por hitler para um destino realmente horrível.

Apesar dos seus esforços em permanecer escondidos, os oito ocupantes do anexo acabam por ser apanhados, junto com dois dos seus ajudantes, na manhã de 4 de Agosto de 1944, embora não se saiba se por denuncia ou não. Sendo assim levados para campos de concentração.

O único sobrevivente foi Otto, pai de Anne, que recebeu o diário desta por  Miep Gies ( uma das ajudantes que não foi apanhada), podendo assim dedicar-se a partilhar o que passaram com o mundo.

domingo, 16 de abril de 2017

Por treze razões, baseado na obra de Jay Asher



Criador: Brian Yorkey
Género: Drama, Mistério
Elenco Principal: Dylan Minnette ( Clay Jensen) e katherine Langford ( Hanna )
IMDb: 9,0/10

Para além dos livros, os meus tempos livres são também ocupados por séries, documentários e filmes.
Já tinha visto pela net várias postagens que mencionavam “13 Reasons Why”, uma série baseada no livro homónimo (editado no ano de 2007 e tendo como autor Jay Asher) e adaptada por Brian Yorkey para a Netflix.

Desta forma, descobrimos a história de Hannah Baker (Katherine Langford), uma jovem estudante de secundário que um dia, sem que nada – aparentemente – o fizesse prever, decide acabar com a própria vida. Podia ser mais uma história como tantas outras, não fosse o facto de Hannah decidir fugir do comum e decidir “despedir-se” através de 7 cassetes, com 13 razões para a sua decisão, cada uma correspondente a 13 pessoas que marcaram os últimos meses da sua vida.

A história começa com Clay Jensen (Dylan Minnette) a receber uma caixa à porta de sua casa, contendo as 7 cassetes gravadas por Hannah pouco antes de morrer. Esta deixa instruções claras: devem ouvi-las por ordem e passá-las a quem vos suceder na cronologia da sua história, caso contrário irão sofrer consequências.
Sem saber quando irá aparecer o motivo pelo qual causou a morte da amiga, Clay embrenha-se no que Hannah vai narrando, passando a história a ser contada numa dualidade de ambas as personagens.

É muito fácil viciarmos-nos na história (vi os 13 episódios em dois dias). Estamos perante uma daquelas situações em que só quem as passou sabe o que custa. A solidão, o desamparo, a dor terrível e excruciante que dá cabo de cada fibra do nosso ser.

Houve episódios que me custaram imenso ver pela forte carga emocional que acarretam. Há 3 que me marcaram particularmente, não só por serem bastante gráficos mas também pelos sentimentos tão opostos demonstrados pelas personagens envolvidas, num misto frieza/vazio/desespero.

Esta série é um chamado “abre – olhos”. Nunca percebemos realmente até que ponto as nossas ações influenciam, positiva ou negativamente, a vida de outrem; muito dificilmente nos conseguimos colocar completamente no lugar de outra pessoa e perceber a sua dor.

Apesar de algumas críticas que “13 Reasons Why” tem recebido devido aos temas delicados dos quais trata, penso que poderá ser vista como um enriquecedor processo de aprendizagem. Quantas vidas poderemos salvar se olharmos à nossa volta? Quantas dores poderemos apaziguar se, por vezes, tivermos um ato de carinho ou amizade que para nós poderá parecer banal?




terça-feira, 11 de abril de 2017

O Diário de Mr. Darcy, de Amanda Grange


Autor: Amanda Grange
Titulo: O diário de Mr. Darcy
Género: Romance, Ficção
Editora: sourcebooks landmark

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 "Conversar com Elizabeth não se compara a uma conversa com outrem. Não é um 'lugar comum', mas sim um estimulante exercício para a mente"                                                                                                                                                                                                                    Pensamento de, Mr. Darcy
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Amanda Grange, veio dar ao Mr. Darcy a sua oportunidade de se pronunciar. No decorrer da leitura de Orgulho e Preconceito, de Jane Austen, muitas foram as vezes em que nos perguntamos o que estaria a passar pela cabeça de Mr. Darcy. Seria ele realmente tão superficial? tão orgulhoso? o que acharia ele realmente de Isabel Bennet?

O Diário de Mr. Darcy veio dar-nos essa resposta. Com uma escrita cuidada, a autora teve a atenção de se adaptar à época em questão, e manter as mesmas criticas que Jane Austen fez outrora. Deste modo, e talvez devido ao facto da personalidade de Darcy ser mais contida expressou-se apenas no seu diário, mantendo a mesma cortesia de Jane nos diálogos entre o jovem e os outros personagens da obra.

Assim, fomos conhecendo o coração de Mr. Darcy, os seus pensamentos relativamente à sociedade, a sua luta relativamente à sua relação com Isabel Bennet, e o quanto a sua família e falta de meios contribuiu para que este se mantivesse à distância. 

É através desta obra, que vemos a alteração dos seu sentimentos, o seu orgulho, o desprezo inicial pela família da jovem Isabel e como com o tempo ele se apercebe que tudo o que pensava ser um impedimento para manter uma relação com a jovem não é nada comparativamente ao amor que sente por ela.

Um sentimento, que em conjunto com a recusa de Isabel a casar com ele, e a sua óbvia falta de interesse por Mr. Darcy, o leva a questionar os seus modos e a sua altivez. É deste modo, que o vemos começar a por em causa tudo o que fez anteriormente. Apercebendo-se que tinha errado realmente, e começando a alterar a sua conduta com a jovem, alterando assim por dentro.

Ao encontrarem-se novamente em Pemberley, Mr. Darcy agradece ao destino a sua sorte, porém, a sua esperança de conseguir conquistar a jovem é muito pouca. Mesmo assim, ele vê esse encontro como uma oportunidade de lhe demonstrar a sua verdadeira natureza, o que, apesar de todos os dilemas que o futuro lhes reserva, acaba por se tornar a melhor decisão da sua vida.

Esta obra permite-nos, ver um pouco da sua vida enquanto casados, bem como ver a formação de outro casal, que para mim foi uma surpresa. Embora para a época tivesse a sua lógica.

Um livro inspirador, onde nos apercebemos que a calma que Mr. Darcy demonstrava, era na verdade um esforço para conseguir esconder, o turbilhão de emoções que sentia, disfarçando assim o Orgulho com regras de etiqueta, e classes.

Tive pena de ter de ler o livro em inglês, pois ainda não saiu em Português de Portugal. Porque apesar da linguagem se adaptar muito bem à época em questão, dificultou-me um bocadinho a leitura, tendo de recorrer algumas vezes ao dicionário. Mas apesar disso foi uma óptima leitura.

domingo, 9 de abril de 2017

Orgulho e Preconceito, de Jane Austen



Autor: Jane Austen
Titulo: Orgulho e Preconceito
Género: Romance de época
Editora: Livraria Civilização Editora
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"Verdade universalmente conhecida é a de que um homem solteiro, na posse de chorudos haveres, necessita deveras duma esposa."
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Tendo "First Impressions" como nome original, " Orgulho e Preconceito" teve o seu lançamento oficial em 1813, após ter sido recusado por editores em 1797.

Jane Austen, sendo uma escritora bem avançada para a sua época, bem como crítica no que diz respeito à sociedade, nesta obra veio criticar/avaliar não apenas os casamentos arranjados com base no dinheiro, mas também a distinção marcante entre homens e mulheres na época. 

Nesta obra, a autora apresenta-nos realidades diferentes. As famílias mais abastardas, onde fazem parte Bingley e Darcy; e as famílias consideradas de um status social inferior, os Bennet e vizinhos.

A história principal gira em torno de Elizabeth Bennet e Fitzwilliam Darcy. Lizzie, como é carinhosamente apelidada, é descrita como uma jovem muito critica, irónica e de certa forma acaba por demonstrar algum preconceito relativamente a Darcy, enquanto que este é muito orgulhoso de si mesmo e arrogante.

Orgulho e Preconceito, é contado pelo ponto de vista de Elizabeth, que tem a sua própria forma de lidar com os problemas relacionados à educação, sociedade, cultura, moral e o casamento, regra geral, brincando com o assunto. 

Quando Mr. Bingley, se decide mudar para Netherfield Park, a casa dos Bennet fica um alvoroço, pois Mrs. Bennet parte do princípio - tal como qualquer mulher da época - que este, sendo bem sucedido, deve estar à procura de esposa. Sendo Bingley considerado um jovem abastado e de boas famílias, Mrs Bennet, cuja maior preocupação é arranjar bons casamentos às suas filhas, decide apresenta-las ao jovem.

Mr. Bingley demonstra-se um cavalheiro, bem-educado e divertido e acaba por demonstrar uma inclinação especial por Jane, irmã mais velha de Isabel. Apesar das interrupções desastrosas da Srª. Bennet, e as três irmãs mais novas, Bingley e Jane vão-se entendendo.
A acompanhá-lo, Bingley trouxe as suas duas irmãs, Caroline Bingley e Louisa Hurst, o seu cunhado, Mr Hurst, e o amigo Fitzwilliam Darcy, o outro grande foco da história.

Darcy é considerado um homem imponente, de “nariz empinado” e orgulhoso, criando uma imediata – e mútua – animosidade com Elizabeth. O sentimento só piora com a chegada de George Wickham, um jovem que conhece Fitzwilliam desde a infância e que não tem pudores em revelar os seus sentimentos pouco favoráveis em relação a este.
Pelo caminho, Jane vai conquistando corações, acabando por sofrer uma desilusão Já Lydia, a mais nova das Bennet, comete um erro, considerado crasso na época.

Apercebemos-nos, deste modo, que nem tudo é o que parece, pois há personagens que nos desiludem, sendo compensadas pelo bom coração que outras demonstram ter.

Com um enredo cheio de aventuras - e desventuras -, é fácil percebermos o ponto de vista crítico de Austen.

Confesso que o livro me deixou a pensar: Quantas vezes não julgamos as pessoas à primeira vista (e quantas vezes, não nos apercebemos que estávamos errados em relação às mesmas)? Quantas vezes «não julgamos gato por lebre» e acabamos “apunhalados”?

Uma obra, que faz suspirar qualquer coração, além de nos apresentar os problemas que as pessoas se deparavam na altura, relativamente ao status. Foi o primeiro contacto que tive com Jane Austen e de certeza não será o último.

domingo, 19 de fevereiro de 2017

Adaptação Cinematográfica - "Becoming Jane"




Director: Julian Jarrold
Roteirista: Kevin Hood e Sarah Williams
Género: Biografia, Romance, Drama
Elenco Principal: Anne Hathaway ( Jane Austen) e James McAvoy ( Thomas Lefroy)
IMDb: 7.1/10




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" Estes escrúpulos podem parecer provincianos, para um senhor com um ar tão altivo. Mas não fui eu que inventei as regras, sou meramente obrigada a segui-las." 
                                           Jane Austen, para Thomas Lefroy
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A adaptação da vida de Jane Austen foi lançada, em Agosto de 2007. Uma adaptação fiel ao que se sabe da autora, tendo sido baseada na correspondência que a mesma trocou com a irmã, Cassandra, sua melhor amiga por toda a vida.

Jane Austen é descrita com frequência como alguém com uma mente demasiado avançada para a sua época, algo que foi demonstrando nas suas obras criticando de forma irónica a sociedade em que vivia. 

Nesta adaptação, Jane é descrita também como uma pessoa inteligente, animada e sarcástica, que não acredita que o casamento tenha a ver com posses e sim com amor. Foi em 1795, que conheceu aquele que veio a ser o seu maior ( e pelo que se sabe) único amor, Thomas Lefroy, e com o qual perdeu contacto em 1796. Esteve noiva uma vez, durante um dia, com Harris Bigg - Wither, em 1802. Porém, acabou por nunca casar, morrendo em Winchester, um ano antes da publicação das obras "Persuasão" e "Abadia de Northanger", com apenas 41 anos, em 18 de Julho de 1817.

Durante a adaptação não fala especificamente nas suas obras, porém, podemos ouvir enquanto ela escreve, partes delas.
Sabe-se que algumas foram inicialmente recusadas, nomeadamente, "Orgulho e Preconceito" e "Razão e Sensibilidade". Tendo sido publicadas mais tarde, sob outro pseudónimo "Uma senhora". Tendo posteriormente, se tornado clássicos da literatura Inglesa. Como eu gosto de viver na actualidade. 

É dito com frequência que Jane Austen pegou em acontecimentos da sua vida para as suas obras, e pessoalmente acredito que assim foi. Porém deu-lhes o final que ela mesma gostaria de ter tido. Penso que através das suas criticas à sociedade e as pessoas da época Jane quis demonstrar a sua opinião da melhor forma que conseguia - Escrevendo. 
É apenas conhecido um retrato da escritora, nomeadamente, um esboço feito pela sua única irmã, Cassandra.

Existem ainda vários documentários sobre a autora que podem ser vistos, nomeadamente, no Canal de História.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Jane Austen



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"Conheça a sua própria felicidade, só precisa de paciencia... ou dê-lhe um nome mais fascinante, chame-a esperança"                                                                                  Jane Austen 
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 Jane Austen

Jane Austen, nasceu em Inglaterra em 16 de Dezembro de 1775. E faleceu em 18 de Julho de 1817. Cresceu numa família de 8 irmãos, sendo a sua melhor amiga a sua irmã mais velha - Cassandra. Nunca nenhuma delas casou. Sendo filha do reverendo e tutor George Austen e sua esposa Cassandra Austen, Jane começou a ter contacto com livros muito cedo, pois como a própria dizia disponham de uma grande biblioteca em casa.
É dificil saber quando começou a escrever pois sabe-se que tinha vários cadernos de anotações que demonstravam que o gosto pela escrita começou bem cedo. Aos 16 anos já dispunha de alguns cadernos armazenados.
Acabou por se tornar conhecida pois as suas obras distinguiam-se das outras, relativamente, aos temas abordados.
As suas obras mais conhecidas são: Sensibilidade e bom senso; Orgulho e Preconceito; Mansfield Park; Emma e Persuasão.
Devido à sua popularidade, ainda nos dias de hoje, foram feitas várias adaptações cinematográficas das suas obras, bem como da sua vida. Farei um post sobre o assunto.



Apenas um dia



                             


Autor: Gayle Forman
Titulo: Apenas um dia
Género: Drama, romance
Editora: Editorial Presença

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"«Ser ou não ser, eis a questão» - é um verso do mais famoso monólogo de Hamlet, que é provavelmente o mais famoso monólogo de Shakespeare." "Mas, e se Shakespeare - e Hamlet - se tivessem enganado na pergunta? E se a questão não fosse « ser ou não ser», mas como ser?"
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Gayle Forman, veio demonstrar de uma forma bem romântica que um acontecimento pode mudar o rumo de uma pessoa.

Depois de Adam e Mia, a autora traz-nos Allyson Healey. Uma menina jovem e muito organizada que tem a vida toda planeada, até que decide fazer algo inesperado para ela.

Durante uma viagem de um curso que foi fazer a Europa, Allyson decide ir assistir a peça "Noite de Reis, em um teatro ao ar livre, onde vê Willem pela primeira vez. Mais tarde, conhece-o, apercebendo-se que o rapaz é o oposto dela. Willem é um ator de espírito livre, que a convida para ir para Paris com ele. Não conseguindo resistir ao jovem esta aceita e vai, passando assim as vinte e quatro horas mais emocionantes e divertidas de sua vida. Mas claro como tudo o que é bom tem um fim, depois de uma noite bem passada, Allyson acorda sem Willem por perto, pois este tinha desaparecido. Assim, ela volta para casa de coração partido.

Porém, alguns meses depois depois de repensar aquela situação Allyson pergunta-se o que terá acontecido e decide ir à procura de respostas. Depois de muito procurar acaba por descobrir o que acontecera a Willem e finalmente voltar a encontra-lo.

O final é deixado em aberto o que pessoalmente não gosto muito, sabemos que eles voltam a encontrar-se mas não sabemos o que acontece a partir daí. Mas em geral é um bom livro.

Nesta obra vemos o crescimento de uma jovem que vai descobrindo o mundo, além de a si própria. Há sua maneira esta aprende sobre o mundo e que por vezes uma "loucura" pode ensinar mais que uma vida planeada ao milímetro.



    

sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Adaptação cinematográfica



Director: R. J. Cutler
Escritores: Shauna Cross ( roteiro - adaptação); Gayle Forman (livro)
Género: Drama, Romance
Elenco Principal: Chloe Grace Moretz(Mia) e Jamie Blackley (Adam)
IMDb: 6,8


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"Às vezes tu fazes as escolhas da vida e as vezes as escolhas fazem-te a ti."
                                                                                       Mia
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Esta obra de Gayle Forman foi adaptada em cinema, em 2014, numa adaptação, na minha opinião, muito bem conseguida.
Um filme, em que percebemos perfeitamente a história em conjunto com uma banda sonora "de partir o coração", Acabamos por sofrer com as personagens, chorei praticamente do inicio ao fim do filme porém, valeu a pena.
Podemos sentir a forte ligação de Mia com os pais e com o irmão. E a indecisão entre o ficar com o Adam ou partir com a família, que tanto ama.
Temos de agradecer a Shauna Cross por esta maravilhosa adaptação, que se manteve tão fiél à obra  original, e a Gayle Forman que nos permitiu ver as personagens ganhar vida no ecra. 





quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Se eu ficar






Autor: Gayle Forman
Titulo: Se eu ficar
Género: Drama, romance
Editora: Editorial Presença

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" Se ficares, faço o que quiseres. Deixo a banda, vou contigo para Nova Iorque, Mas, se precisares que me vá embora, faço isso também. Estive a falar com Liz e ela disse que, se calhar, regressares à tua vida antiga poderia ser demasiado doloroso; que talvez fosse mais fácil para ti apagares-nos. Isso seria uma merda, mas eu fá-lo-ia. Posso perder-te assim, se não te perder hoje. Eu deixo-te ir. Se ficares."   

                                                                                    De Adam, para Mia
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Mia, tinha uma vida completamente normal, para uma rapariga da sua idade, tendo nesse momento duas opções: por um lado, tem família, o namorado, e os amigos; por outro, tem a oportunidade de ir para Nova Iorque dedicar-se à sua verdadeira paixão - a música.

Até que numa manhã de Fevereiro, quando ela e a sua família resolvem ir dar um passeio de carro, acontece algo inesperado que muda a sua vida para sempre. Ao sofrer um acidente, com graves consequências, esta apercebe-se que a vida pode mudar numa fracção de segundos. 
À medida que os paramédicos a transportam dos destroços quase irreconhecíveis, do automóvel e a tentam reanimar, Mia não pode senão ficar a observara cena, como mera espectadora do seu próprio corpo.

Nas vinte e quatro horas seguintes, a jovem vai debater-se com uma grande decisão, entre o ficar ou partir, tendo de descobrir o verdadeiro sentido da vida, depois daquele trágico acontecimento.

No decorrer da sua obra a autora lança-nos sobre algumas reflexões da vida. Valerá a pena continuar quando perdemos tudo? devemos tentar encontrar sempre um motivo para viver, ou será mais fácil apenas desistir? 

Assim vamos assistindo à alegria inicial de uma jovem apaixonada. À confusão adolescente entre seguir um sonho ou continuar na zona de conforto com quem mais ama. Podemos aperceber-nos do desespero e impotência de quem se vê no meio de uma tragédia sem poder fazer nada. E também a confusão e força de Mia,  filha e irmã, que nos ensina que mesmo quando tudo parece perfeito a vida pode mudar num segundo, restando-nos apenas seguir em frente. Amei toda a escrita, que nos passa grandes ensinamentos acerca do que realmente é viver. E que por vezes isso implica decisões que não estamos prontos para tomar.

Um livro inesquecível de Gayle Forman, com uma escrita fluída, baseada nos pensamentos de Mia. Deste modo, aprendemos que às vezes é necessário olhar para o passado, e tentar olhar, não para o que perdemos mas sim para o que ainda temos, pois onde há vida há esperança.


Gayle Forman





Gayle Forman


Escritora norte americana, nascida a 5 de junho de 1970. Começou a sua carreira escrevendo para revistas, nomeadamente, a revista seventeen, passando de seguida a jornalista freelancer para publicações como Details Magazine. Publicou o seu primeiro romance em 2007 (O que há de estranho em mim).